Michael Jackson passou do ser mais polêmico e criticado ao mais novo bem-amado da música, em apenas um dia. Não é de se espantar que a vida de Michael tenha sido extremamente discutida todos esses anos. Afinal, foi uma vida marcada por dinheiro, talento, cirurgias, polêmicas, Neverland, acusações de pedofilia e tudo mais que se possa imaginar. Mas e dai? Ele clareou a pele. Vitiligo, racismo ou traumas de infância? Que diferença isso faz na vida de um cidadão brasileiro que levanta todo dia às 5 horas da manhã pra abrir seu açougue? Ou pra um estudante, um funcionário da Promotoria da Justiça ou uma dançarina de axé? Que diferença isso faz, minha gente? A morte é ridícula! Nesse exato momento se você ligar a televisão (péssima escolha) vai se deparar com tudo quanto é fofoca e jornalismo sensacionalista. As especulações sobre a morte de Michael Jackson vão de overdose ao suicídio. Manchetes informam em letras garrafais o valor da dívida que ele deixou nesta terra (e eu com isso?). Nota-se aí, explícita e escancarada, a falta de compromisso com a verdade, a moral e a ética que, infelizmente, acometem alguns meios jornalísticos (se é que podem ser chamados assim). Espero não ser famosa quando morrer. Minha orelha arderia no túmulo.
O mais engraçado é que, de uma hora pra outra, Michael é amado e querido por todos. E todos conhecem a fundo a vida dele. Os bordões são os mais variados possíveis:
"Coitado. Era tão jovem... Teve uma infância sofrida."
- Minha mãe
"Também, com tanta cirurgia e química no corpo..."
- Cabeleireira da esquina
"Nossa! eu adoooooooro ele. Até coloquei o nome dele no meu filho."
- Mãe de Maicon Jecsom dos Santos
Sob meu humano e limitado ponto de vista, escolho não opinar sobre a boa ou má reputação de Michael Jackson. Prefiro ouvir suas músicas e dançar Thriller.
Mas uma coisa é certa: todo mundo vira santo depois que morre.
Termino esse post dizendo o que já disse. A morte é ridícula. Mas nós somos mais.