quarta-feira, 31 de março de 2010
Ao mestre... com carinho?!
Como diria o Fernando, se você é contra opiniões polêmicas, aproveite agora mesmo a chance de parar por aqui...
Se continuou, aproveite!
Eu acho muito cômico como pode parecer que a ideia de parar o trânsito da avenida paulista em véspera de feriado pode parecer uma boa ideia para alcançar qualquer benefício.
Primeiro, porque, infelizmente, as pessoas dentro daqueles carros que não conseguiram andar não podem fazer nada além de buzinar, falar uns palavrões e ficar com um humor um pouquinho pior do que o normal.
Além disso, se greve fosse realmente eficiente...
Ok, os salários são baixos.
As condições são péssimas.
Mas os maiores prejudicados dessas greves são os que realmente acreditam estar sendo beneficiados com a falta de aulas: os alunos.
Porque enquanto professores ficarem com essas greves nesse falso marxismo que se prega, com bandeirolas de partidos com idealistas frustrados de partidos e de uma organização sindical que defende os interesses próprios, não só a situação dos professores, mas a de tantas outras classes sindicais continuará como está.
[[Para constar: eu não tenho absolutamente nada contra marx, aliás, simpatizo com muitas ideias dele. Não sou de direita, sou completamente a favor da liberdade de expressão, desde que essa liberdade seja usada com consciência e responsabilidade.]]
Gritar, apitar freneticamente, deslocar uma quantidade imensa de policiais militares para ficar tomando conta de manifestantes, causar o caos não só com motoristas, mas com tantas pessoas que passam na avenida paulista e ganham salários tão baixos quanto... resolveu?
Houve algum aumento salarial de 3,34%?
E os alunos?
Quem está ensinando a eles muito mais do que operações matemáticas, regras gramaticais, história? E mais, quem está ensinando a eles que o que realmente resolve a situação não é quem grita mais alto, é quem usa a voz da razão.
Porque se são - e isso realmente são, não dúvido, não questiono - tão importantes para a formação dos cidadãos de amanhã, ensinem para eles que atitudes extremistas não solucionam.
Ensinem que os bons protestos, não são aqueles que atrapalham, mas os que realmente mudam algo.
Fico pensando: pra que entrar em choque com policiais militares, se estes também necessitam de aumento salarial?
Bombeiros, médicos da rede pública... tantos outros também precisam tanto de aumento, será que não era hora em vez de atrapalhar, juntar as forças em prol do interesse em comum?
quinta-feira, 25 de março de 2010
Essas pessoas não trabalham?
créditos da imagem a Thiago Scarelli/ UOL
Meus AMORES, lanço a seguinte retórica: essas pessoas não trabalham?
Essa é apenas uma das 50 fotos do acervo da uol sobre a ignorância de alguns. Depois que choveu pelo menos as pessoas foram embora, restou esse infeliz, com seus protestos altamente relevantes.
A comoção pública, dadas a frieza e a brutalidade do evento, é até compreensível, mas por uma semana, duas no máximo! Mais de um ano já se passou, mais de um ano!!! E lá permanecem as verdadeiras hordas de interessados no acontecimento. São pessoas que, por excelência, tem tanto a ver com o caso quanto o galho seco tem com a virgindade da macaca.
Se vocês querem, mas se vocês realmente QUEREM, dar bola para o que é divulgado pela imprensa, dêem. Sintam-se à vontade, fiquem chocados. Mas fiquem chocados por 15 minutos, não parem suas vidas por isso.
Ainda mais num país como o Brasil, onde, todos os dias (e várias vezes ao dia!), os direitos da população são insensivelmente atirados da janela do 6º andar.
As pessoas, como o indivíduo da foto, poderiam protestar em prol de algo mais produtivo como maiores volumes de dinheiro publico sendo destinados a saneamento básico ou mesmo cotas de impressão para os alunos de engenharia civil da UNICAMP. Ou então, ordem e progresso permanecerão apenas na nossa bandeira.
Não quis parecer comunista ou qualquer outra coisa (veja que não insisti em velhas raposas e procurei evitar o discurso tipicamente “chato”). Ademais, gostaria de pedir desculpas por estar levando ao fim um texto inútil e absolutamente improdutivo, agradecer à minha colega homônima pelas considerações técnicas e impessoais (graças aos deuses!), e tentar resgatar, nas ultimas linhas que me restam, a possibilidade de dar algum sentido a essa maluquice toda.
Aos leitores, uma charge, para dar utilidade (ainda que frívola) a esta crônica e descontrair:
domingo, 21 de março de 2010
Não venho colocar minha opinião sobre quem é culpado ou quem é inocente, mas a visão que adquiri nesse um ano e dois meses de faculdade de direito.
Em 2008, quando aconteceu o fato, eu ainda estava no cursinho e ainda me encontrava na categoria de futura estudante de medicina, mas já me passava pela cabeça uma questão que muito me incomoda hoje, de como a mídia cria, a seu interesse, grandes espetáculos baseado na desgraça alheia.
Em troca de audiência, se esqueceram de uma mãe que perdeu uma filha, de avós que perderam a neta, e assim por diante.
Também se esqueceram de outras duas crianças que perderam seu pai e sua mãe, e que para sempre serão 'filhos dos assassinos'.
A mídia tem - e deve ter - sua total liberdade de obter e divulgar informações, afinal, este é seu papel, mas é habitual ver que o limite da responsabilidade é brutalmente ultrapassado, sempre esquecendo que por trás de cada fato existem seres humanos, e que esses fatos farão parte de suas vidas para sempre, e não apenas enquanto a notícia for interessante.
Agora, quanto ao julgamento.
Por uma questão ética, os professores não tem comentado muito o caso.
Mas a visão que eu comecei a ter não diz respeito à culpa ou à inocência, mas do julgamento e dos réus em sua totalidade.
Como será formulada a pena, como será a defesa e a acusação, a escolha do júri.
É o primeiro caso que eu acompanho com uma visão jurídica, e não leiga.
Talvez seja a mesma 'emoção' de um estudante de medicina que aprendeu sobre o coração na prática, e assistirá uma cirurgia cardiaca.
Fim.