
Enfim, esse assunto ainda vai dar pano pra manga e eu não quero retomá-lo.
Mas quero deixar aqui uma parte de um texto pra que vocês reflitam e, quem sabe, tentem ver as coisas sob outro ângulo...
"O velho adágio não dê o peixe, ensine a pescar - geralmente proferido por alguém que pode escolher no mercado, dentre os peixes, o que mais lhe apraz - soa inteiramente falso e inconsequente, quando se sabe estar lidando com alguém desprovido de acesso ao rio, barco, molinete, rede, ou mesmo arpão, jangada, curral, tendo perdido - algum dia apropriou-se delas? - as elementares técnicas de arrastão. A metáfora da pescaria pode ser útil para pôr em questão as condições - ou a falta delas - para a conquista da autonomia, mas induz à simplificação da questão.
O enfrentamento do problema requer que se ponha em questão, para ficar na metáfora, a construção social da pescaria e o acesso diferencial e desigual ao produto dela. Nem o rio, nem as técnicas de pescaria - tradicionais ou modernas -, nem os peixes são iguais para todos. E é preciso tratar diferentemente os diferentes, segundo o critério de eqüidade (...) O peixe é um dos alimentos mais saudáveis. Mas não basta. Nem só de peixe vive o homem. "
- Ademir Alves da Silva, professor de Política Social da PUC-SP.
(obs.: não sou cotista)
Sabe, Nathy. Eu pensei muito, muito depois daquela nossa discussão de quase uma hora naquele restaurante ahuahahua. Continuo defendendo a idéia de que o problema deve, sim, ser resolvido pela raíz, como já conversamos. Por outro lado, entendo o quão impossível e distante esta realidade de um Brasil com educação para TODOS, como é de direito, está distante. Eu entendo todos os seus argumentos. Concordo plenamente que, enquanto a realidade do nosso país não muda, para que todos tenham acesso às mesmas informações, com a mesma qualidade, as cotas sociais são, sim, uma forma de ajudar quem não tem "vara, molinete e barco" pra pescar. Isso, como eu disse, apenas ajuda a camuflar um problema com raízes profundas, que a cada dia se enterram mais e maais na terra. É triste ver um país que se diz "emergente" economicamente, mas completamente precário socialmente. Cotas não deveriam existir porque não deveria existir desigualdade. Enquanto ganância, desigualdade, dentre outros, continuarem a fazer parte do nosso cotidiano, nessa sociedade capitalista (infelizmente, acho que o problema não tem mais solução, apesar de procurar sempre algo pra fazer que tudo isso mude), as cotas servem para dar uma chance a mais pra quem não tem condições. Meu "discurso" contra cotas na semana passada não foi um discurso "classe média"; pelo contrário, classe média não se importaria nem um pouco em resolver a questão da desigualdade. Só acho que para se resolver um problema, deve-se "cortar o mal pela raíz". É utopia neste país, eu sei.
ResponderExcluirAcho que cota é um mal necessario... é um mal pq qdo se ha cotas o governo assume sua incompetencia perante a edducação falida existente no brasil
ResponderExcluirpois é, devia ser cortado pela raiz, mas como eles não vão fazer nada mesmo, uma 'solução provisória' (como a CPMF, se é q vc me entende) as cotas, não racias, mas as socias devem sim existir. fazer oq?
ResponderExcluirLegal
ResponderExcluireu perderia mais tempo atacando as cotas raciais e o governo
xD
brevemente estarei postando (operador de telemarketing hAUSHAUSHAS) a minha crônica sobre cotas
beijos para todos
^.^
A verdade aqui é que, diferente do que dizem, as cotas não consistem num "band-aid", pois ele é um paliativo (mesmo que não resolva nada, é um paliativo pois visa atenuar) e os objetivos das cotas moram longe: elas visam empurrar o problema com a barriga, tendo em vista que resovê-lo seria muito arriscado...
ResponderExcluirVou desenvolver melhor inhas ideias numa crônica que será postada aqui em momento oportuno
haushusahushasuhasuahushaushaushaushaus
sem mais,
Fesão