quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
2010, saúde!
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
DEVER CUMPRIDO
sábado, 21 de novembro de 2009
sábado, 24 de outubro de 2009
...agora come!
Essa saiu do título, que surgiu de uma epifania que tive enquanto caminhava pelas ruas de Barão Gerlado, voltando da UNICAMP para casa.
"Não-dedico" – e nem, muito menos, recomendo – a moralistas, evangélicos e sobretudo àqueles que acabram de comer.
Quanto ao restante, desejo apenas uma boa leitura. Com vocês,
.
agora come...
Não lembro quando tudo isso começou. Tudo que me vem à cabeça são flashes do passado. Flashes esporádicos de muito tempo atrás, mas que vão ficando mais assíduos gradualmente.
Lembro-me particularmente bem de um episódio, dos tempos de criança, quando precisava fazer uns exames de sangue e, nas semanas seguintes, ficar tomando uns remédios horríveis. Foi numa dessas que isso aconteceu.
Amolecida pela minha situação de misericórdia, a governanta ofereceu-me se não queria pedir algum prato diferente, talvez para esquecer o amargor do remédio. Pedi sushi. Mas era sashimi o que eu queria na verdade. Como toda criança, curioso.
A manhã estava chuvosa. A bem da verdade tava caindo uma tempestade. Mas, sempre inabalável, Cleide saiu com guarda-chuva e sua bolsa atrás de sashimi para mim.
Uma hora depois, lá estava eu, sentado à mesa, e o meu sashimi, me encarando do prato. Já estava me questionando se tinha sido uma boa idéia quando deu o horário do almoço. Aí, Cleide apareceu com as duas tampinhas cheias daqueles dois líquidos do inferno.
Como sempre, o remédio tava péssimo. O sashimi era pior ainda, dava vontade de vomitar. Cleide havia saído no meio do dilúvio para ir buscar aquele troço pra mim. Mas, dava vontade de vomitar. Olhei para ela com cara de dó, mas acho que seus sapatos encharcados falaram mais alto.
-É muito ruim, não quero! E agora?
-Já comprei, agora come!
.
Com relação à segunda recordação, tive que ser bem mais seletivo com os fatos. Estava no Animal Kingdon andando com o Rafa, resolvi comprar uma turkey leg. É algo bem pitoresco de se ver, quis experimentar.
Comprei.
Experimentei.
Muito bom o sabor. Delícia. Mas o problema veio depois da 182ª mordida, quando minha refeição começou a ficar um pouquinho indigesta. Eu tava acabando ...de chegar na metade!
Em seguida a Lari apareceu com um sorriso lindo, me olhando e se divertindo com a minha situação. Eu tava pra explodir, desesperado. Agonizado, olhei pra ela suplicando ajuda, antes de ela sair deleitando-se da minha aflição:
- E agora?
- Agora come!
.
Muito tempo depois, para cumprir o ciclo, a história se repetiu. Tinha pegado uma sueca linda na festa da noite anterior. Cabelos louros sedosos e um belo par de olhos verdes. Corpo atlético, muito bem definido e dotado de curvas sinuosas. Não me lembrava muito bem da ação, talvez embriagados tenhamos empacotado ali mesmo.
Acordei amassado naquele quarto de hotel, preparado para finalmente beijar minha princesa. Não sei, dizem que uma desgraça nunca vem sozinha: ou ela havia quebrado o recorde mundial de 'engordamento' em menor período de tempo (da noite pro dia!) ou eu estivera um pouquinho bêbado na noite anterior.
Grande musa (mais “grande” do que “musa”...), cabelo oxigenado medonho e um certo par de olhos vesgos. Gordona, esperava por mim. Deitada na cama, mórbida, de pernas abertas...
E agora?...
.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Revolução Sonolenta
Certo, são duas coisas obvias e fáceis de serem feitas na teoria, mas na prática... quase impossível.Uma vez eu escutei um frase interessante ''o ser humano é o único animal que dorme sem estar com sono, e acorda quando ainda está cansado".
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
O Gostinho da Vingança
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Aula de Geologia
NAPOLEÃO!
Blá blá blá
blá "blá" blá
Blá blá (blá)
blá blá blá
whiskas sachê
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segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Uma Odisséia Urbana
Tudo o que você desejava era um drink tropical, acompanhado de uma prostituta morena e disciplinada, com aquele bom e velho sotaque caribeño. A ganância, entretanto, ludibriou-te e foragiu-te. Hoje, não tens mais aquela imponente e bela mansão a beira-mar. Tens este esquizofrênico companheiro de cela.
Aquela cantora negra pegou um isqueiro e acendeu o fogo na tua unha, a dor foi insuportável. Quando o fogo cessou, porém, a dor permaneceu. Não consegues esquecer a humilhação pela qual passou. O sofrimento virou teu nome do meio.
Querias comprar uma capa preta, para esconder tua vergonha e cobrir o rosto, mas a última da loja havia sido vendida para um indigente.
Agora você está na praça da Sé, lembrando momentos de teu pretérito asqueroso. O céu está nublado, mas não vai chover. Não enquanto você estiver aí: A chuva se recusa a cair e lavar teus erros.
Então, Marcos lembrou-se de Moçambique, gostaria de voltar para rever a família, mas não tinha dinheiro para a passagem. Lágrimas vagas escorriam de seu olhar perdido.
A infelicidade tomava conta do caráter de Marcos que era constantemente rejeitado pela alegre e impetuosa sociedade. Velhos orelhões indicavam o vandalismo presente em certas regiões de cidade grande.
Um templo tailandês era outro aviso de que teu prestígio havia feito as malas e fugido com o vizinho. Você estava só, patético e chifrado.
Ora pois, sua situação era muito ruim, mas ficou pior quando o carcereiro descobriu que a mulher o traía. A partir desta célebre ocasião, passaste a apanhar diariamente.
Apesar de ler alguns livros, você não sabia nada. Tudo ainda ficou muito pior depois de descobrirem aquela suástica tatuada nas suas costas. “Jogos são apenas jogos” era o que repetia teu pai, em vão. Outros peões de obra assobiavam e ofendiam gostosas mulheres que desfilavam em frente àquela construção.
2º ato
Tudo o que você fez foi perder. Perdeste o barco, a casa, a mãe e a dignidade. Não obstante, continuou a humilhar o sobrenome.
Consuelo, a gorda mexicana que cuidava da casa e cozinhava como uma deusa, sentiu-se desapontada.
Guadalupe, a morena prostituta que satisfazia suas fantasias suínas, tentou fugir com o conversível e o segurança.
Jorge, o segurança mulato, teve de procurar novo emprego e ganhou a vida como ator pornô.
Sua Velha Mãe, aquela senhora respeitável, foi morar com seu irmão, aquele ator bonvivan de sucesso e dentes brancos.
A barba de bêbado te conferia um ar profundamente derrotado e patético. Sem mais chances ou alternativas, havia lhe restado apenas uma saída.
Aquele revolver imundo já estava enferrujado. Pelos teus cálculos apelativos e desesperados resolveria tudo em questão de segundos.
Com o cano gelado tocando a língua e os lábios, apertou fundo os olhos e o gatilho. Algo deu errado, não havia mais bala. Lembrou-te que a havias perdido noutra aposta, não havia mais bala...
Desta vez poderia ter dado certo, mas fracassou.
.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
É Fernandinho... babou
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Uma pequena revolta contra a era 'alcool gel' e com pessoas porquinhas
Conforme matéria da Folha On line, uma superbactéria infectou dois pacientes no Rio de Janeiro.
[[http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u631351.shtml]]
A tal bactéria é a Acinetobacter, e segundo minha rápida pesquisa na wikipedia e em um site médico, descobri que essa simpatica criatura - como diria o prof Santos - pertence a um gênero composto por cocobacilos gram-negativos não fermentadores, imóveis (daí o nome a-cineto), oxidase negativos. São importantes na natureza pois contribuem para a mineralização do solo, mas que são extremamente danosas à pessoas com a saúde debilitada.
E finalmente, são encontradas em ambientes saturados e pouco higienizados.
A questão da saúde publica já foi inumeras vezes debatidas, mas nessa era de gripes apocalipticas, as pessoas em comum, os gorvernantes, as redes de televisão sempre se esquecem que a cuidar da saúde é mais do que criar pessoas neuroticas com o uso de alcool gel.
Ao mesmo tempo em que vimos uma loucura causada por um gripe muito suspeita e mal explicada, o problema com essa bacteria ja ocorreu ha alguns meses na região sul, e ela, que realmente oferece riscos gritantes, será esquecida tão logo o jornal nacional a noticie e começe a novela das 9.
Não seria muito mais util se, em vez de tempos em tempos criarem uma gripe da moda e gastarem horas criando um pânico desmedido, usassem aquele tempo para ensinar coisas uteis, explicar - sim, pq muitas pessoas precisam que desenhem - que se deve lavar as mãos quando chega em casa, após as necessidades, não comer comida do chão, não comer alimentos não lavados.
Afinal, se é para criar uma população maniaca por limpeza, que expliquem que o que resolve é agua e sabão, pq o alcool gel não mata nada, só evita a proliferação do agente infeccioso nas mãos.
Reflexões
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Por uma visão menos reacionária
Enfim, esse assunto ainda vai dar pano pra manga e eu não quero retomá-lo.
Mas quero deixar aqui uma parte de um texto pra que vocês reflitam e, quem sabe, tentem ver as coisas sob outro ângulo...
"O velho adágio não dê o peixe, ensine a pescar - geralmente proferido por alguém que pode escolher no mercado, dentre os peixes, o que mais lhe apraz - soa inteiramente falso e inconsequente, quando se sabe estar lidando com alguém desprovido de acesso ao rio, barco, molinete, rede, ou mesmo arpão, jangada, curral, tendo perdido - algum dia apropriou-se delas? - as elementares técnicas de arrastão. A metáfora da pescaria pode ser útil para pôr em questão as condições - ou a falta delas - para a conquista da autonomia, mas induz à simplificação da questão.
O enfrentamento do problema requer que se ponha em questão, para ficar na metáfora, a construção social da pescaria e o acesso diferencial e desigual ao produto dela. Nem o rio, nem as técnicas de pescaria - tradicionais ou modernas -, nem os peixes são iguais para todos. E é preciso tratar diferentemente os diferentes, segundo o critério de eqüidade (...) O peixe é um dos alimentos mais saudáveis. Mas não basta. Nem só de peixe vive o homem. "
- Ademir Alves da Silva, professor de Política Social da PUC-SP.
(obs.: não sou cotista)
sábado, 29 de agosto de 2009
A 'Sena' de Xuxa
A primeira notícia, sobre Xuxa, "Shasha" e o Twitter.
A menina tem entre 10 e 11 anos, o que pelas minhas contas a coloca na 5ª série, 6º ano...
Em seu Twitter, a menina escreveu 'sena' em vez de cena.
Ok, altamente perdoavel para uma criança, ainda mais pelas coisas bizarras que certas pessoas falam e escrevem.
Recebeu criticas, algumas provavelmente exageradas.
Até ai morreu neves, e a vida seguiria se a sra sua mãe, xuxa, não ficasse toda ofendidinha.
A função das mães é ensinar os filhos e corrigi-los quando comentem erros, além de protege-los.
Concordo, mas isso não é motivo para a seguinte pérola:
Impressão minha ou a xuxa é uma pessoa pública?!
Outra impressão minha, o quem quer privacidade não tem nem orkut, nem twitter, nem qualquer coisa do gênero?
Quem não merece um piti desses são seus fãs. Aqueles que são leitores do seu twitter, que ficam comprando os dvds, vão a shows, dão audiência ao programa.
E mais, se a menina foi alfabetizada em inglês, deveria ter escrito 'scena', ainda mais porque conhecer outra lingua não excusa ninguém de saber a lingua patria.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Relações Interpessoais - Parte I
O problema é que muitas vezes a origem de tudo isso está na terrivel necessidade que todos temos de querer - mesmo que essa não seja a verdadeira intenção - de agradar aos outros pra evitar conflitos. Só que nessa mania de tentar sair pela tangente, quem acaba sofrendo a indigestão é quem engoliu o sapo.
Recentemente foi divulgado um video de um casamento nos Estados Unidos, onde noivos e padrinhos entraram na Igreja ao som da música Forever, de Chris Brown.
http://www.youtube.com/watch?v=dvNFCpa5n3k
Eu fiquei encantada.
Minha avó ficou chocada.
Meus tios acharam estranho.
A Glória Kalil disse que tais músicas deveriam ficar para um ambiente mais informal.
Ok, certas solenidades exigem algo mais rigido e formal, senão vira tudo uma grande palhaçada, muito parecida com aquela observada repetidamente na casa dos "nossos representantes e grandes legisladores da República".
Mas em outras, pra que ouvir a Glória Kalil e tantos outros arduos defensores daquelas tradições tão ultrapassadas quanto inúteis?!
Ainda com o exemplo do casamento, quantas coisas interessantes e muito mais significativas para o casal deixaram de ser feitas porque a avó da noiva ia ter um treco se o vestido dela fosse diferente do que ela sempre sonhou, ou porque aquela tia que só aparece em festas ia falar mal depois.
[[Claro, sem exageiros de querer entrar com um funk proibidão... deixe esse para a festa!]]
Afinal, quem está casando? O casal ou a avó e a tia?
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Apologia às vadias
Em festas, baladas, "churras" (...) são frequentemente vistas com "maus-olhos" pessoas de comportamento liberal. Se os meninos pegam várias, são "galinhas". Se as meninas dão para todos, são "vadias".
Estas analogias, no entanto, entre tais meninas com prostitutas e esses meninos com indivíduos da espécie Gallus gallus é incoerente. São meras convenções pejorativas, bem como o é o veredicto para o qual convergem os julgamentos supracitados.
Os ataques são muito comuns, porém são inexplicáveis. Pergunto se, por acaso, as ditas vadias têm, efetivamente, mal-carater; se foram elas as responsáveis pelos grandes genocídeos da humanidade; ou ainda se são elas que incluem os mordomos/afilhados nas despesas publicas. A contramão também é válida: Questiono se aqueles que têm opiniões pré-estabelecidas procuram, antes de "olhar torto", saber se a dita "piriguete" não zela pela proteção da natureza, ou então, se um suposto "cachorro" não está envolvido com causas sociais.
Os dois últimos são, por razões evidentes, considerado politicamente corretos. Comportamento promíscuo, entretanto, é considerado o oposto, mas sem motivos aparentes. Na verdade, sequer existe razão ou bom senso por trás das justificativas dadas, o que apenas comprova tratarem-se de conceitos pré-determinados.
Emobra não concorde, ainda assim procuro entender o lado de quem condena. Gostaria de levantar a hipótese de que têm inveja ou querem transmitir a imagem de superioridade, porém não acredito nem um pouco nisso. Creio, aqui, que haja algum tipo de tradicionalismo passado de pais para filhos, de avós para netos, em uma fase tão prematura da vida que a criança sequer processa a informação, apenas a toma como sendo indiscutivelmente certa.
Conceitos de certo e errado são, talvez, o que há de mais forte na psiquê humana, por isso não é comum o hábito de contestá-los. Um exemplo disso são os longos e árduos séculos - eu disse séculos! - que a humanidade perdeu numa alienação patética antes da Renascença. Mais de um milênio de dogmas ridículos e costumes absurdos.
Não nego que também tenhamos dogmas absurdos - o próprio caso da discriminção dos libertinos -, mas na sociedade ocidental contemporânea, particularmente, é possível compartilhar uma opinião sem ser lançado na fogueira (Ou, pelo menos, ocorre em menor quantidade).
Condenam uma garota por ter beijado 23 numa noite do mesmo modo que condenam assassinos, contrabandistas e corruptos. Alegam que "é um exagero" ou "ela só faz isso para aparecer", como se tivessem autoridade para discutir opiniões sobre a vida alheia. Apenas rotulam como "imoral" e "inapropriado" tal comportamento, que sequer lhes diz respeito. Nunca se questionam sobre a existência de um fundamento por trás desses verdadeiros "conceitos-pré".
Dizem-se puritanos e condenam empenhadamente aos racistas, homofóbicos, anti-semitas. Ingênuos, não conseguem perceber que também estão saturados de preconceito.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
O que aprendi com Raul.
O que aprendi com Raul Seixas?
A primeira resposta é nada. A segunda, após pensar um pouco, não aprendi nada de concreto.
Serei sincera, a imagem de Raul Seixas nunca me interessou, apenas umas músicas ou outras, aquelas mais famosinhas, que as vezes passam na tv... e acho super piegas quando gritam "toca raul" em qualquer show que seja.
Também confesso que só tive inspiração para esse post sobre ele pelo lançamento postumo de sua música e pela proximidade com o vigésimo aniversário de sua morte, e que só ontem a noite me dei conta que ele tenha participado 'tanto' da minha vida sem eu me dar conta, enquanto assistia uma reportagem na tv.
A influência familiar para essa imagem não tão boa sobre ele pesou muito, pois venho de uma família certinha e se meus avós não achavam Roberto Carlos uma boa influência para os filhos, imaginem então aquele cara com cara de doido que cantava sobre liberdade, sobre drogas e tantas outras coisas 'politicamente incorretas'.
Meu primeiro contato com Raul ocorreu antes de completar 10 anos, em um adesivo colocado cuidadosamente por um tio na tampa do porta-malas de seu corsa verde, escrito 'Viva a sociedade alternativa", e fiquei em um estado que misturava choque e dúvida, simplesmente por não saber ao certo o que aquilo queria dizer. Quando somos crianças, qualquer coisa fora do nosso mundinho cotidiano pode ser incrivelmente absurdo e incoerente.
Hoje eu sei que essa tal sociedade, nada mais era do que a busca de um caminho alternativo, originado das idéias "loucas'' de Raul e Paulo Coelho. Mas talvez esse tenha sido o começo de uma revolução interna dentro de minha mente. Eu nunca busquei alcançar esse caminho, e acho que nunca me interessarei em um buscar, mas encontrei outra busca, uma interna, por respostas.
Da minha mente e personalidade inquietas e curiosas, surgiu uma busca que até hoje não teve fim, por novos opiniões e concepções religiosas e de estilo de vida, não necessariamente para vive-los, mas para conhece-los e respeita-los. [[Tomo por principio básico que quanto mais se conhece sobre algo, mas fácil é respeitar aqueles que seguem ou crêem, ainda mais quando se diz respeito a fé e ideais.]]
Demorei para ter acesso a muitas informações, e mesmo quando as tinha em mãos, ainda era algo que ia contra o que eu aprendera, mas as poucos fui convivendo com isso, escutando e lendo cada vez mais coisas diferentes, e compreendendo, que o mundo é um pouco maior do que a casa e a família, e até mesmo o que não nos agrada pode ser útil para nossa formação.
Por fim, concluo três coisas: continuo não gostando da pessoa Raul Seixas - apesar de admitir que sim, ele foi importante no que sou hoje - , Paulo Coelho pra mim é como aquelas comidas esquisitas que vivem sob a imagem do "nunca provei, mas não gostei". Quanto as músicas, adquiri um gosto particular, eclético e quase excêntrico de ouvir o quase tudo, apreciando não apenas o cantor ou a letra, mas a melodia, as batidas, e tudo mais que um canção pode oferecer, procurando o que aquela música pode me dizer.
A música póstuma dele me 'disse' algo, e não é que faz sentido?
*Gospel - Raul Seixas
"Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho a caneta e não consigo escrever?
Por que que existem as canções que ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer também já tem sempre ao teu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar?"
domingo, 16 de agosto de 2009
MONOPÓLIO
A mídia exerce um papel fundamental na formação cultural de um povo. Hoje, cerca de 90% das residências brasileiras têm, no mínimo, um aparelho de televisão, e a internet é outro meio promissor de nos trazer informações sobre o que acontece no Brasil e no mundo, sem deixar de citar, claro, jornais e revistas. Eis um “pequeno” infortúnio: quem decide o que vai para as “telinhas”? Quem é que detém o poder de filtrar toda a informação que chega ao público?
O processo se desenvolve em várias etapas, partindo da formulação dos principais jornais do país e do mundo, os quais já selecionam os temas e geram os conteúdos e suas próprias interpretações dele. A partir daí, a televisão, por exemplo, seleciona e “corta” ainda mais a notícia, de acordo com o tempo disposto para divulgá-la em rede nacional. Com a tecnologia atual, um determinado fato que acaba de acontecer, por exemplo, em Camboja, chega ao conhecimento do público minutos, segundos depois através da internet. É dever dos profissionais da área de jornalismo obter as informações e transmiti-las, na íntegra, ao público. E se, porém, determinado meio de comunicação decide não transmitir essa notícia? Se julgarem que tal fato não é tão importante? Afinal, pra que estarei eu interessado no que acontece em Camboja? Concordo que um telejornal, por exemplo, dispõe de um rígido horário que deva ser seguido e, por isso, muitas notícias acabem não sendo transmitidas. A questão é: quantos telejornais estão, atualmente, em exibição na televisão brasileira? Por que todos eles noticiam sempre as mesmas notícias? É preciso saber o que assistir e onde fazê-lo. Infelizmente, assistir somente ao “Jornal Nacional” não é suficiente. Por que será que a Rede Globo controla 32 canais de televisão e mais outros 20 de rádio? É pura questão de interesses. É por fatores como estes que assistimos, tão indignados, à influência da família Sarney no Maranhão, ou de Fernando Collor, em Alagoas. Acredito que sim, essas pessoas compram as emissoras, não só a Globo, para que estas transmitam apenas o que é de seu interesse ou que, como é o que mais ocorre, chegue ao telespectador apenas “pedaços” da notícia, frisando, é claro, apenas o que lhes convém.
Recentemente, a Petrobrás decidiu postar num blog informações sobre a estatal. Até aí tudo bem. O “bafafá” surgiu quando, após ser entrevistado por e-mail, o responsável por publicar tais notícias decidiu divulgar a entrevista concedida na internet. Eis o caos: segundo a mídia, uma falta de respeito ao trabalho dos jornalistas que tão sofrivelmente – coitados! - lutam por um fato exclusivo e inédito a publicar. Que eu saiba, as informações eram da Petrobrás, e cabe apenas a ela decidir como transmitir ao público o que quer que seja, contanto que chegue ao conhecimento de todos! Assim como praticamente tudo, a mídia também virou uma forma de comércio, é essa a verdade. O capitalismo dita as regras.
A maioria da população brasileira não tem acesso adequado à informação. Muitas vezes tem-se em casa apenas um televisor e, por malditas questões culturais, as pessoas nem ao menos se importam em saber o que se passa no Brasil e no mundo. Da minoria que, ao contrário, se interessa pela informação, outra grande parte não sabe como fazer para obtê-la de maneira sensata, ou mesmo não tem acesso a um bom noticiário. Por que será que existem contrastantes diferenças entre a TV aberta e a por assinatura? Essa é mais uma prova do muito que ainda se deve melhorar. Assistir a apenas um noticiário não é suficiente. Cada um disponibiliza a notícia de uma forma diferente. Assistindo ao Jornal Nacional ontem (não tem jeito, é o de maior audiência e também o único assistido pelos meus pais aqui em casa, infelizmente), percebi um belo joguinho contra a “oposição”, literalmente. Aproveitando-se do fato de – finalmente – estar vindo à tona toda a corrupção da Igreja Universal, a reportagem da Rede Globo fez questão de citar em praticamente todo o tempo o fato de a Rede Record ser a mais beneficiada, depois da própria igreja, com o dinheiro dos dízimos dos fiéis. Concordo, isso há de ser punido, mas tenho certeza absoluta de que a Rede Record é apenas mais uma beneficiada de muitas e muitas outras. A notícia até citou no início os vários esquemas de corrupção, mas depois praticamente apenas ouviu-se falar da Rede Record. Ainda fizeram questão de divulgar o Ibope desta na madrugada, em torno de 1,5 pontos, se não me falha a memória e, claro, os pontos da Globo, na casa dos 6, creio eu, no mesmo horário. Pelo amor de Deus, onde isso vai parar? O público não quer ver uma emissora atacando a outra, pelo menos não a minoria interessada na informação. É engraçado pensar que, nos últimos tempos, é a Rede Record a que mais ameaça a Globo em termos de concorrência...
As pessoas devem achar alternativas. A internet é um bom começo, já que numa simples busca diversos sites noticiam determinado fato com diferentes perspectivas. O problema é que apenas 10% da população tem acesso a ela. Com revistas se deve ter muito cuidado; nunca é bom ler apenas uma revista ou um jornal, assiduamente, pois a maioria não se preocupa apenas com a notícia. É a forma que certos jornalistas encontraram de ganhar dinheiro, vai entender. Existem, sim, boas revistas e bons jornais, cabe ao leitor saber procurar. Há muito em que se refletir ainda. A mídia é fundamental na formação cultural de um povo, e se as coisas continuarem desta forma no nosso país, continuaremos tendo os mais diversos problemas, e Sarney, Collor e tantos outros continuarão impunes. Notícia em primeiro lugar, não interessa como ela chega a nós.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
SOBRE PESSOAS QUE FAZEM DA VIDA UM PLACAR...
Por mais que digam seguir um estilo moderninho de vida, irem a mil baladas, micaretas, 'churras' na casa de fulano, e beijarem vários e beberem até o fígado quase ficar completamente devastado - e contarem vantagem de tudo isso - sempre reclamam que falta algo, e mais ainda, não conseguem entender como pessoas que não fazem nada disso, ou pelo menos não com tanta frequencia, consigam viver.
Infelizmente, para essas pessoas, não é assistindo a um bom filme ao lado de pessoas que você gosta ou uma tarde em família que você será feliz. Pelo contrário, se você não fizer de sua vida um placar pra competir com seus amigos, de quantos beijo você deu, com quantos dormiu, você estará fadado a uma vidinha parada e sem graça.
Definitivamente, discordo.
Para essas pessoas, fundamentalistas da vida a mil por hora, sem pensar no amanhã, eu afirmo: exite vida além disso.
Aproveitar a vida sim, mas que tal fazer isso realmente aproveitando?
Daqui dez ano sua vida não será mais balada.
E ai, vai contar o que pro seus netos? Que foi 50 vezes na Pacha, beijou 200, comprou um super celular... e só?!
Nunca viu o sol nascer porque estava dormindo depois do tanto que bebeu, nunca viu o sol se por porque estava ocupado bebendo, nunca leu livros porque estava ocupado na balada, bebendo... não aproveitou os bons momentos com sua família, porque, vejamos, é, estava bebendo/na balada/com seus brothers... pelo jeito você contará tudo isso para os seus netos antes do seu transplante de fígado, que você jura de pés juntos ser total flex.
Enquanto o fígado esta bom e nem os filhos e netos aparecem na história da vida, essa pessoas choram, ligam para suas amadas em plena madrugada, ficam 'depres', juram mudar de vida após o ultimo porre, filosofam, e choram mais.
Dizem que falta algo.
Incrivel, elas finalmente estão certas.
Faltam relações de verdade, falta calor humano, falta em quem confiar, falta quem amar.
Porque quando coisas que deveriam ser especiais se tornam meros números, fica mais dificil encontrar um sentido pra acordar de manhã e sair da cama, começam a faltar motivos reais pra se sentir feliz e ai só mesmo as doses cavalares de álcool pra animar o individuo.
Não serei hipócrita de dizer que uma dose de vinho, ou uma cervejinha depois de uma semana que parecia interminavel não sejam boas, mas quando bem acompanhados, com bons amigos ou aquela pessoa especial em volta para rir, para falar, para cantar...
E falando em cantar, tem um canção que diz "Se você não aproveita, a vida passa e tchau/ leva a vida o mais simples /porque a morte é sempre ingrata/se acabar ficando quites, é a vida que te mata".
Você é o que você leu, o que cantou, com quem andou, onde passou, os erros que te fizeram melhorar, os acertos que te fizeram felizes, os filmes que você assistiu num sábado a noite sozinho em casa, e até mesmo a balada que você foi.
O que te faz ser especial não é quanto você tem, mas o que e quem você conquistou.
Se queres beijar mil bocas, beije-as mas pelo sabor e calor que lhe darão...'
domingo, 9 de agosto de 2009
Apenas coincidências, espero
Após um delicioso almoço na casa da vovó, peguei uma revista para ler. Foi graças a esta leitura que me veio a inspiração para o meu primeiro post decente neste blog. (FINALMENTE!)
A leitura, não posso deixar de citar, é da Veja desta semana, datada do dia 12. Não sou uma leitora assídua desta revista, apesar de minha família assiná-la, justamente pelo fato de que a acho um tanto quanto... “imparcial”. Isso, porém, não vem ao caso; as reportagens que li são bastante interessantes e eu recomendo, inclusive, a leitura destas quando a revista chegar às bancas. Trata-se de uma série de reportagens sobre a internet, “o assunto do momento” há uns bons aninhos...
Creio que seja do conhecimento de todos que a tecnologia está avançando de forma exponencial, e que é cada vez maior o número de pessoas que dela fazem o devido - ou não - uso. O que me surpreendeu foram as perspectivas para o futuro, futuro este não muito distante. Eu diria que até bem próximo demais. O primeiro texto que me chamou a atenção trata sobre “nuvem”. Exatamente, nuvem. A primeira vez que vi o termo me senti um tanto quanto inútil por ver o termo empregado num texto que fala sobre a internet e não saber seu significado, já que me não me considero de todo leiga no assunto; foi uma novidade.
Nuvem é o termo empregado para uma situação que está se tornando cada vez mais comum no cotidiano: dados são armazenados não só num único computador, pessoal e intransferível, mas num data center, que pode estar localizado em qualquer parte do mundo. O simples fato de armazenar documentos no Google Docs já faz de você um usuário das nuvens. Informações pessoais podem ser acessadas não só do seu computador, com seus documentos salvos e que, supostamente, só você pode ter acesso: basta salvá-los na rede que, de outro lugar, tais documentos podem ser facilmente acessados. Digamos que seja uma outra forma de “portabilidade”. Desta forma, em pouco tempo computadores com memória elevada e bom espaço para armazenamento de dados serão, não digo desnecessários, mas não mais imprescindíveis no nosso cotidiano. Agora me diga, por que tudo isso? Ora, se os indesejáveis hackers já conseguem ter acesso a tudo que uma pessoa faz no próprio computador, imagina o que será feito se as pessoas começarem a armazenar tudo em locais compartilhados por outros!
Descobri também que as perspectivas pro futuro são de que tudo, literalmente TUDO, terá chips e acesso à internet. Até o cano de uma casa poderá fornecer, por exemplo, o consumo de água e se está havendo ou não algum tipo de desperdício. Existem até projetos de chiparem embalagens recicláveis de determinados produtos para que seus respectivos donos, se as derem um fim “ecologicamente correto”, recebam bonificações por exercer um bom papel na sociedade. Ora, isso não devia ser monitorado! Deveria ser obrigação de cada um respeitar o meio ambiente e exercer um papel que condiz com uma conduta correta, aprendida em casa através dos pais como um princípio básico de educação. Quanto ao fato de monitorar a eletricidade e o consumo de energia elétrica de uma empresa ou residência através de chips... ok, eu até entendo que possa ser vantajoso. Mesmo assim, eu custo a me render à total dependência das máquinas. Caso as pessoas não tenham reparado, máquinas têm certos defeitos, “pifam” ou passam a deixar de funcionar devido a um uso constante... a única “máquina” que, a meu ver, é perfeita é o corpo humano. Nunca vi inventarem nenhum equipamento de batesse com regularidade, sem parar, desde que o indivíduo nasce até morrer, como faz um coração. Aaah, by the way, eles também serão monitorados pra facilitar aos médicos diagnosticarem o porquê certo paciente morreu! Por exemplo, se estava correndo ou em repouso na hora de sua morte, se sua dieta era saudável ou o consumo de calorias era excessivo durante toda sua vida... Não sou também uma rebelde sem causa contra a tecnologia; consigo enxergar um bom uso e bons resultados proporcionados por ela. Eu apenas continuo colocando-me contra ao excesso. Certas coisas poderiam ser simples, assim como Deus as criou. Se uma pessoa morre... bom, chegou a hora dela. É dever do médico tentar salvar sua vida e fazer tudo que estiver ao seu alcance para tal. Agora de que adianta saber exata e detalhadamente todo o histórico de um paciente depois que ele está morto? Certas coisas não precisam ser sabidas (acho que esta palavra não soou bem, nem sei se está correta, mas enfim...). Para isso existem autópsias e médicos legistas. Se isso realmente acontecer, estes profissionais perderão sua função e, conseqüentemente, seus empregos. Caso não se lembrem, não será a primeira vez que alguém perderá seu emprego devido à mecanização ou tecnologia. Talvez tudo o que eu tenha lido seja um exagero. Aliás, é bem provável que seja...
Apesar disso, toda essa situação me faz lembrar o que está escrito na bíblia. Também não sou nenhuma estudiosa nata deste livro. Aliás, sinceramente não entendo quase nada sobre o assunto. Perdoem-me se eu cometer algum erro. Apenas, como muitos, já ouvi histórias sobre o fim dos tempos que, se não me engano, estão descritas em “Apocalipse”. Citarei aqui apenas coisas que ouvi dizer como, por exemplo, o fato de que a tecnologia terá tomado conta de tudo e até as pessoas terão “códigos de barras”. Pelo que eu escrevi aqui, acho que isso soa meio “familiar” demais. Minha bisavó dizia que chegaria o momento em que as pessoas iriam querer muito comprar algo e não conseguiriam, não pela falta do dinheiro, mas pela indisponibilidade do produto. Fazendo um pequeno parêntesis, é a meu ver mais ou menos o que está acontecendo com os remédios para os sintomas da gripe suína (os mesmos utilizados para a gripe comum) que, após serem retirados de circulação, estão disponíveis apenas em postos de saúde, e quando estão*. Os “remédios” hoje comprados nas farmácias são completamente ineficazes e podem, inclusive, piorar a situação do paciente. Não quero ser sensacionalista, aliás, ODEIO SENSACIONALISMO. Apenas achei muita coincidência que certas coisas estejam tomando certos rumos. Gosto de tecnologia, não vou negar, porém sou, acima de tudo, adepta à simplicidade e defendo a idéia de que tudo em excesso é maléfico.
*não li sobre isso, são informações passadas pelo meu médico :)
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Passar em medicina - comofas?/
A cada dia que passa minha dúvida aumenta a respeito de algo completamente paradoxal: é tão difícil e concorrido passar em um vestibular de medicina - tanto pra ensino público como particular - e cada vez mais nos deparamos com uma imensa quantidade de incapacitados trabalhando nessa profissão tão admirada, pessoas completamente sem senso humanitário e sem um mínimo de capacidade intelectual pra exercer tal ofício - cuidar da vida e da saúde da população.
Será possível que esses "doutores" já foram, em um passado não muito distante, estudantes esforçados e desesperados se auto-mutilando em cursinhos em busca de uma boa faculdade ou do simples fato de se tornarem médicos visando melhorar o bem-estar das pessoas?
Parece que não.
Vide as peripécias realizadas por alguns açougueiros (vulgo doutores):
"Jésica Santillán, de 17 anos, recebeu o coração e os pulmões de um doador incompatível. Os médicos Centro Médico da Universidade de Duke parecem não ter feito a verificação de compatibilidade antes da cirurgia. Depois de um segundo transplante para corrigir o erro ela sofreu danos neurológicos e outras complicações que adiantaram o seu falecimento.
Jésica tinha sangue tipo ‘O’ e recebeu os órgãos de um doador tipo ‘A’."
"Benjamin Houghton, um veterano da Força Aérea dos EUA de 47 anos agendou uma cirurgia para remover seu testículo esquerdo por temores de câncer. Mas uma série de erros levou à remoção do seu testículo direito."
"Donald Church, de 49 anos, tinha um tumor no seu abdômen quando chegou no Centro Médico da Universidade de Washington, em junho de 2000. Quando ele recebeu alta o tumor havia sido removido, mas um afastador de metal de 33 centímetros de comprimento permaneceu no seu abdômen por engano."
"Joan Morris (pseudônimo) de 67 anos foi admitida para realizar uma angiografia no cérebro. No dia seguinte ela recebeu, por engano, uma cirurgia cardíaca invasiva para um estudo de eletrofisiologia. Depois da angiografia ela foi transferida para o andar errado, e ao invés de retornar para seu leito original e receber alta no dia seguinte ela acabou sofrendo uma cirurgia cardíaca que a colocou em riscos de hemorragia, infecção, ataque cardíaco e derrames. Durante a cirurgia o médico recebeu um telefonema de um colega perguntando “o que você está fazendo com a minha paciente?”. Neste momento foi constatado o enorme erro e a paciente voltou para seu leito em condição estável, depois do estudo ser suspenso."
"Não é nada agradável ter que sofrer a terrível perda de uma de suas pernas por amputação, mas ainda é muito pior quando levam a sua perna boa. Este caso ocorreu quando Willie King precisou amputar uma de suas pernas em 1995, na Flórida, nos EUA. Uma cadeia de erros levou a perna errada a ser preparada para cirurgia e os cirurgiões perceberam o terrível engano no meio do procedimento, quando já era tarde demais.
Como resultado a licença médica do cirurgião foi suspensa por seis meses e ele foi multado em U$ 10 mil. O University Community Hospital de Tampa, onde a cirurgia ocorreu, pagou U$ 900 mil para Willie e o próprio cirurgião pagou mais U$ 250 mil.
Quando você cobraria por uma de suas pernas?"
Agora reflitam. Se em hospitais bem conceituados ocorrem esse tipo de coisa, imaginem em lugares como o Nardini? (não sabe o que é? joga no google)
Creio eu que a dignidade nesses lugares tirou férias e não quer voltar. Mas não tem problema, afinal, pobre não é gente então não precisa dessa coisa de dignidade...
Para complementar os seus conhecimentos...
O Decreto Lei 20931/32, art. 11: "Os médicos, (...) que cometerem falta grave ou erro de ofício, poderão ser suspensos do exercício de sua profissão pelo prazo de 6 meses a 2 anos e, se exercerem função pública, serão demitidos dos respectivos cargos".
Código Civil, art. 159: "Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência violar direito ou causar prejuízo a outrem fica obrigado a reparar o dano. Art. 1545: "Os médicos (...) são obrigados a satisfazer o dano (...)".
Vemos, portanto, a justiça brasileira muito bem cumprida.
E o Juramento de Hipócrates - o pai da medicina - se tornando hipócrita...
Sobre Porcos
Na foto, William Randolph Hearst
Mas talvez vocês se perguntem o que este parcial-ídolo meu tem a ver com porcos. Vale gastar algumas linhas explicando, antes, quem ele é e o que ele fez.
Bill H. foi um magnata da comunicação nos EUA, nascido em 1863 e “falecido” em 1951. Era o dono de uma empresa, a Hearst Corporation, que chegou a possuir muitos jornais, muitas revistas, muitas cadeias de radio e uma produtora de cinema. Ou seja, era um dos homens mais influentes e poderosos de seu país na época.
Feitos notáveis de Bill H. abrangem o pioneirismo na dita “mídia marrom”, a difamação e proibição da Mary Jane por motivos de o cânhamo ser mais barato que sua madeira na produção de papel, e a construção de um castelo – seu sonho – na California. Um currículo invejável!
É possível afirmar que foi sobre a vida de Bill o filme Cidadão Kane (1941, se não me falha a memória), embora o diretor Orson Welles negasse esportivamente.
Pois bem, pai da imprensa marrom, toca nos assuntos que realmente interessam. Estamos vivendo a “ditadura dos porquinhos”. Aterrorizados por causa da suposta pandemia de gripe, deixamos de sair de casa, mudamos nossos hábitos, etecétera. Porém, quem já se aprofundou nas raízes e – principalmente – na veracidade dos fatos?
Nesta parte da história entra um novo personagem, o sr. Donald Rumsfield, que presidiu a empresa farmacêutica Gilead Sciences de 1988 até 2001, quando saiu para ser ministro da defesa do governo de Bush. Então, firmaram-se acordos entre a empresa estadunidense e a suíça Roche. Verbas foram destinadas para a produção massiva de medicamentos contra a gripe, na época em que ainda se falava em gripe aviária.
Ora, se a gripe aviária bateu asas e voou, quanto falta para a gripe suína virar pernil de natal?
Mas claro, a melhor alternativa provavelmente é esperar velhas raposas ganharem alguns trocados com a venda de antigripais para alguns cidadãos desinformados. Por que não? Talvez elas também sonhem em construir um castelo...
sábado, 1 de agosto de 2009
Sobre Câmeras (season finale)
Logo em seguida, no entanto, surgiu Margaret correndo. A mulher não havia desertado, havia ido buscar a espingarda!
Assim que parou sob o batente da porta do dormitório da filha (ufa!) mirou no peito do jovem que há poucos minutos a degustava tão saborosamente e atirou. As balas da espingarda perfuraram a caixa torácica e os pulmões do garoto, tirando-lhe a vida impiedosamente. Em seguida, pasma com o que involuntariamente tinha feito, Margaret deixou a 12 cair sobre o carpete bege-escuro.
Assustados com o barulho, os convidados foram ver o que estava se passando. Horrorizados com a cena bárbara, Bartolomeu e Jatira pararam no corredor, apenas observando o crime que havia sido cometido. Preocupado com a denúncia que receberiam, Bernardo pegou a arma e disparou contra o amigo.
Bartolomeu caiu desfalecido sobre o chão frio do corredor. Jatira, no mais puro instinto de sobrevivência, tentou escapar correndo. Seu êxito foi apenas parcial. Por ora, escapou da morte, mas não do tiro, que acabou por atingi-la no tornozelo da perna direita.
A perseguição terminou na cozinha, quando Bernardo se deu conta de que as balas haviam acabado. Sem se agüentar de dor, Jatira caiu em frente à porta, sem forças para abri-la e escapar do destino incerto. Tinha força apenas para implorar por sua vida, que agora estava nas mãos de um operário bom e honesto.
Fez um apelo, jurou que se a deixasse ir não iria fazer denuncia alguma. O
homem ajoelhou-se em frente à dama que suplicava por sua vida e deu-lhe um longo beijo (de língua!). Durante o longo beijo, Jatira ouviu barulho de metais. Talheres, talvez. Ao abrir os olhos, viu que enquanto a beijava Bernardo mantinha um braço esticado, tateando o interior de uma gaveta.
Tão logo deduziu seu destino e começou a chorar, gritar, debater-se. Aos prantos, pedia misericórdia desesperada. Engasgava-se com sangue enquanto tentava rezar e convencer seu assassino de não matá-la.
Com um pulo, Bernardão se pôs de pé e ergueu o braço. Segurava uma... uma colher?! Havia se enganado. Debruçou-se sobre a gaveta e determinou que desta vez faria o serviço corretamente. A paciência e os segundos perdidos valeram a pena, pois conseguiu encontrar a maior e mais afiada faca-para-picanha.
Estava em vias de terminar o serviço quando percebeu que Jatira havia conseguido se ajoelhar. Ensangüentada e descabelada.
Após uma breve a patética tentativa de resistência, Bernardo cortou o
pescoço de Jatira com a faca de churrasco.
Dirigiu-se de volta ao quarto da filha, precisariam desertar, os três, o mais rápido possível. No entanto, não encontrou as meninas fazendo as malas.
Ainda no corredor pôde ver que a filha chorava sobre o cadáver ensangüentado do namoradinho, enquanto a mãe, estática, observava tudo, censurando cada movimento da filha, cada atitude. Nunca se sentira tão humilhada na vida.
Irada com os acontecimentos daquela noite, trocou um olhar com o marido e pegou a faca de sua forte mão de operário. Aquilo não estava certo. A filha havia envergonhado profundamente a família e deveria pagar.
Sedenta por uma vingança, Maggie espetou a faca com toda a raiva do mundo no braço da filha. O choro foi substituído por gritos desesperados de dor.
Compreendendo a situação difícil pela qual a esposa passava, Bernardão colocou ternamente a mão sobre seu ombro, confortando-a.
FIM!
terça-feira, 14 de julho de 2009
Sobre Câmeras (parte 2)
Sem mais, a parte 2:
A pobre senhora, fazia figas com os dedos das mãos e dos pés, rezando para que a filha não estivesse fumando. Aparentemente as superstições deram certo, pois não a encontrou com cigarros. No entanto, a encontrou coabitando com um garoto. Empalideceu na hora, deixando o controle remoto cair e se desfalecer sobre o piso de taco antiqüíssimo.
O baque chamou a atenção das visitas, que olharam para o controle remoto espatifado no chão. Foram subindo o olhar pelo corpo nada interessante de Margaret, até chegarem na TV.
Bernardo riu-se na cozinha e foi ver o que estarrecia a todos. Perdeu a fala ao ver as imagens de sua filha tendo relações amorosas numa tela widescreen de 42 polegadas. Em seguida perdeu o fôlego e a reação.
O casal estava passando pela maior humilhação de suas vidas na frente das visitas, que assistiam consternadas à pornochanchada.
Margaret transtornada soltou um grito estridente ao marido, pedindo que fizesse algo. Bernardo, já rubro, saiu a passos de gigante rumo ao quarto da garota. A mulher foi por outro lado.
O operário enfurecido esmurrava a porta do quarto da filha soltando fogo pelas ventas e praguejando a tudo e a todos. Com um chute sólido, capaz de arrombar um cofre, destruiu a porta do cômodo, surpreendendo ambos na tentativa pífia de se vestir.
Quando entrou, foi como se o tempo tivesse parado. Parecia que tudo havia se transformado em gelatina laranja. As paredes se faziam movimentos ondulatórios, o quarto havia sido inundado por sensações fortes.
Júlia estava assustada até a alma, suas lágrimas tinham medo de sair do olho e escorrer pela face. O coração do garoto estava mais eufórico que desfile de escola de samba. O pai, não conseguindo acreditar no que via, estava em vias de sofrer um desmaio.
Olhares. Olhares eram tudo o que havia naquele quarto. O silêncio foi cortado pelos brados de Bernardão, que clamou pela esposa. Praguejou-a, por ter sumido num momento daqueles.
domingo, 12 de julho de 2009
"se chamarem diga que eu saí"
Bom, escrevo apenas para avisar que, se demorei para postar, demorarei mais ainda para retornar a fazê-lo. Ocorre que uma cidadezinha pacata, localizada na divisa de Alagoas com a Bahia me aguarda... Delmiro Gouveia, aí vou eu!
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Sobre Câmeras (parte 1)
Em não mais de uma semana após escrever algo, a menina queimava os papéis. Estes rituais estavam deixando suas roupas com um certo cheiro de fumaça, que levou a mãe da garota a crer que ela estava fumando.
Desconfiada, Margaret resolveu colocar uma câmera no quarto da jovem. Esperou, no dia seguinte, o horário de Júlia ir para a escola e entrou no cômodo. Era sombrio e nefasto. A decoração de menina havia sido substituída por pôsteres de bandas góticas, bem como a aparência, que agora era a de um castelo medieval.
Margaret era uma republicana conservadora e inveterada. Uns poucos cabelos grisalhos denotavam sua seriedade e sua experiência de vida. A mulher andava sempre usando vestidos, geralmente veludo cor-de-vinho. Seu apreço pelos “bons costumes” e todo o tradicionalismo que a cercava ao longo da vida justificam o pequeno delito.
Não enxergava seu ato como transgressão à privacidade de Júlia, mas como uma medida precavida de uma mãe preocupada. Pegou uma furadeira e criou quatro orifícios na parede gelada. Com parafusos e uma chave Philips fixou o objeto eletrônico em uma posição estratégica. Do lugar onde a câmera estava, era possível ter uma vista privilegiada do quarto sem correr o risco de ser percebida pela jovem.
Em seguida buscou um aspirador de pó, que só ligou após ter fechado a porta do dormitório da garota. Sabia que a jovem, ou tampouco o marido, chegariam naquele horário do dia, entretanto não se via confortável correndo qualquer risco. Era muito meticulosa no que fazia.
Deixou o quarto impecável, tirou suas digitais de tudo em que havia tocado e saiu para jogar fora a caixa do eletrônico.
À tarde chegou a filha, que ficou na sala até à noite, quando chegou o marido. Bernardo era um homem de quarenta e tantos anos, chegava em casa com um macacão sujo de graxa. Era um operário. Foi tomar um banho pois naquela noite especial receberiam visitas.
Os convidados eram o casal Bartolomeu e Jatira. Bartolomeu era um homem de estatura média-baixa, um tanto gordo e parcialmente calvo. Jatira era esguia, pescoçuda, mais reta que uma tábua-de-passar e dominada por rugas.
Os quatro adultos, já na meia-idade, conversavam coisas inúteis e chatas enquanto bebiam um chá sem açúcar suficiente e comiam bolachas maisena murchas.
Margaret notou que não via a filha já havia algum tempo. Preocupada com o que a jovem poderia estar fazendo, resolveu ligar a televisão. Apesar das condições da família, a TV havia sido uma “extravagância”, como Bernardo se orgulhava de dizer. Haviam comprado um televisor usado de plasma de 42 polegadas, era a “menina-dos-olhos” daquela residência, para não dizer daquele quarteirão, ou mesmo, de todo o bairro.
A mãe, inquieta, pegou o controle remoto, que ainda não sabia operar com muita prática e foi virando os canais. Após rodar três vezes por todos os canais existentes (e alguns inexistentes) a velha percebeu que estava fazendo alguma coisa errada. Forçou seus neurônios até conseguir se lembrar que deveria clicar em “AV”.
domingo, 28 de junho de 2009
They don't care about us
Michael Jackson passou do ser mais polêmico e criticado ao mais novo bem-amado da música, em apenas um dia. Não é de se espantar que a vida de Michael tenha sido extremamente discutida todos esses anos. Afinal, foi uma vida marcada por dinheiro, talento, cirurgias, polêmicas, Neverland, acusações de pedofilia e tudo mais que se possa imaginar. Mas e dai? Ele clareou a pele. Vitiligo, racismo ou traumas de infância? Que diferença isso faz na vida de um cidadão brasileiro que levanta todo dia às 5 horas da manhã pra abrir seu açougue? Ou pra um estudante, um funcionário da Promotoria da Justiça ou uma dançarina de axé? Que diferença isso faz, minha gente? A morte é ridícula! Nesse exato momento se você ligar a televisão (péssima escolha) vai se deparar com tudo quanto é fofoca e jornalismo sensacionalista. As especulações sobre a morte de Michael Jackson vão de overdose ao suicídio. Manchetes informam em letras garrafais o valor da dívida que ele deixou nesta terra (e eu com isso?). Nota-se aí, explícita e escancarada, a falta de compromisso com a verdade, a moral e a ética que, infelizmente, acometem alguns meios jornalísticos (se é que podem ser chamados assim). Espero não ser famosa quando morrer. Minha orelha arderia no túmulo.
Termino esse post dizendo o que já disse. A morte é ridícula. Mas nós somos mais.
sábado, 27 de junho de 2009
Sobre seringas
Poderia intitulá-lo “minhas férias”, tendo em vista que viajei a negócios. No entanto, preferi narrar uma parte mais “alternativa” de minha visita ao país dos sonhos. Estou me referindo, aqui, ao pequeno “desvio”, ocasionado por um imprevisto obscuro e nefasto, que me levou a conhecer um outro lado do país esloveno.
Ocorreu que, no terceiro dia – aquele que precede o quarto – nas dependências do hotel que hospitaleiramente me hospedou, acolheu e abrigou, fui surpreendido por uma enfermidade, que me acometeu.
Como todo terráqueo adoecido, acabei indo parar num hospital. Pelos deuses... As instalações clínicas da Eslovênia, como são encorpadas, saudáveis, simpáticas... looooiras...
Fui recebido por enfermeiras incrivelmente loiras e semi-nuas. Muito bem recebido, por sinal. Minhas “personais” se apresentaram pelo nome e fizeram questão de me servir chazinhos, bolachinhas e gelatina hospitalar com chantily.
Devo admitir que o tempo passou muito rápido. Estávamos nos divertindo muito, minhas duas “personais” enfermeiras jogavam Nintendo Wii comigo, a disputa estava acirrada. Num dado momento, para minha fortuna, acabou a energia eslovena. Digo fortuna, pois, sem nosso sagrado videogame funcionando, tive de pensar em passatempos alternativos.
Tudo que eu tinha era um leito hospitalar e duas enfermeiras simpáticas, muito simpáticas, no sentido bíblico da coisa. Sugeri que a enfermeira loira pegasse meu baralho, enquanto a enfermeira loira abria as cortinas, para que filetes de luz solar permeassem o ambiente, que – naquele momento – já não lembrava em nada um quarto de hospital, assemelhando-se muito mais com um quarto de... hotel.
A loira enfermeira facilmente encontrou o meu baralho, que estava quase saltando para fora da mochila. Determinei absolutistamente que o jogo seria poker, strip poker. Não demoramos muito mais do que duas rodadas para definirmos empate sob comum acordo. Concordamos também – unanimemente – que todos deveríamos tirar as roupas, tendo em vista as claras regras do jogo.
Nossa segunda rodada de poker (já estávamos no “poker”) foi embaraçosamente interrompida por três batidas secas – e cruéis! – na porta de madeira do meu quarto de hotel. Colocamos as roupas sem olhar, colocamos as roupas erradas. A porta se abriu, passamos vexame.
Era o doutor. O maldito doutor. Dando-me a notícia mais estraga-prazeres de minha vida: Iria receber alta. Quando meus ouvidos acolheram aquelas palavras frias analisei seriamente a possibilidade de ter um enfarto e permanecer por lá talvez mais um mês ou dois.
Minhas enfermeiras ficaram cabisbaixas. Prometi trazê-las para conhecer este meu país tropical. Mas ainda me sentia incompleto, não poderia partir daquela terra dos sonhos sem trazer comigo um pedaço de lá (ou, por que não, deixar lá um pedaço meu...).
Foi aí que tive uma banana, digo, uma epifania. Foi a idéia mais brilhante que tive a bombordo: pedi uma polka, uma polka eslovena!
Minhas queridas loiras capricharam na coreografia e me deixaram com aquele gostinho de quero mais. Combinamos passagens, hotel, café-da-manhã. Minhas amadas estão para vir pra cá em fevereiro...
Quanto a mim, num certo momento despertei para minha rotina, segui minha vida, meus planos. Ano que vem, visito a Eslováquia...